Oito sugestões ao usar um DAC

Conheça mais como utilizar um conversor Digital/Analógico e extraia um melhor desempenho dele.

Dac

O DAC se popularizou no áudio, seja em dispositivos portáteis, ou em sistemas modulares ou mesmo em PCs.
Mas, muita gente ainda não sabe extrair todo o desempenho desse dispositivo, e acaba utilizando-o com limitações do seu potencial.
Trazemos aqui oito sugestões para que você possa aproveitar melhor o seu DAC.

1. Opte por usar uma alimentação de força externa ao invés de alimentar seu DAC pela própria saída USB

Alguns DACs projetados para uso em desktop podem ser convenientemente alimentados por uma conexão USB de, digamos, um notebook que você está usando – assim como os DACs tipo stick USB.
Mas se houver uma opção para ligá-lo externamente, até rede elétrica (havendo um adaptador para isso – uma forte), em vez de pegar carona de dispositivo onde estiver conectado, recomendamos usa a alimentação externa – especialmente se estiver sendo usado com fones de ouvido mais exigentes de potência que exigem mais energia (as saídas USB têm energia limitada para 2,5 W). Pode não ser tão prático usar uma fonte de alimentação CC, pois você precisará de um adaptador volumoso ou de uma tomada sobressalente, mas você poderá obter mais energia se você precisar e, na maioria dos casos, será menos ruidoso (ou seja, degradará menos a qualidade do sinal) do que a saída USB de um laptop/PC. Naturalmente, quanto mais limpa for a fonte de alimentação, melhor, portanto, uma fonte de alimentação/condicionador dedicado de baixo ruído pode ser um bom upgrade neste caso.

Agora, se agora você está se perguntando se um DAC portátil com uma bateria embutida tem melhor desempenho usando sua fonte interna ou alimentado por uma fonte de alimentação externa, isso não é tão fácil de responder. Não há regra certa aqui, e tudo depende do projeto do DAC.

2. Não ignore os filtros digitais ou outras opções de modo de uso

Uma das vantagens (ou mesmo desvantagens) do áudio digital é a quantidade de ajustes que podem ser feitos no domínio digital. Portanto, é comum que os DACs ofereçam a opção de alterar os parâmetros do filtro digital, que invariavelmente oferecem variações sonoras (muitas vezes sutis, mas que estão lá). A configuração padrão geralmente será a melhor opção, mas você pode achar que uma das outras opções será mais do seu agrado. Talvez um filtro funcione melhor com um gênero musical, enquanto outro seja preferível para um gênero diferente, como já foi experimentado por alguns usuários muitas vezes.
Pode haver até uma melhor interação entre os dispositivos, e o resultado vir a ser mais interessante, o
u, talvez você não ouça nenhum benefício! Mas ainda vale vale a pena experimentar e tirar as suas próprias conclusões.

Um modo específico para DACs com um amplificador de fones de ouvido é chamado Crossfeed e, novamente, essa é uma opção que você deve experimentar se estiver usando um DAC para reprodução com fones. O modo Crossfeed visa reproduzir um palco sonoro mais espacial, semelhante a um alto-falante, “movendo” (manipulando digitalmente) a apresentação sônica dos fones de ouvido fora do limite “entre as orelhas” para algo mais próximo do produzido por alto-falantes estéreos. Quando bem implementado em um produto, pode ser até difícil voltar atrás depois, portanto, certifique-se de não ignorá-lo e dar uma chance a esse modo.

3. Não menospreze as opções de conexões

A maioria dos DACs possui entradas ópticas, coaxiais e USB (tipo A e/ou tipo B) como padrão, com o estágio do amplificador de fones de ouvido normalmente alimentando um par de saídas de 3,5 mm ou 6,3 mm para os fones. Embora isso possa ser tudo o que você precisa, você pode se beneficiar de conectividades menos comuns, como a HDMI ou entradas e saídas balanceadas.
A conectividade HDMI em unidades ainda é bastante rara (só alguns poucos DACs a possuem), mas seria útil para aqueles que reproduzem Blu-rays ou SACDs contendo alto volume de transferência de dados. Conexões balanceadas, como XLR, 2,5 mm e Pentaconn 4,4 mm alimentadas por projetos de topologia de circuito balanceado – que não são tão raros e não são mais exclusivos de unidades de ponta – podem oferecer saída mais limpa, mais vigorosa e mais focada do que com saídas single-ended . Se o seu DAC tiver, por exemplo, uma saída de fone de ouvidos XLR e seus fones de ouvido vierem com um cabo balanceado XLR (como alguns modelos de ponta), experimente, e compare os resultados. Você poderá se surpreender com o ganho obtido com a nova conexão.

4. Verifique o limite dos arquivos de cada entrada

Se você tiver a sorte de ter acesso a áudio de alta resolução de alta qualidade que deseja passar por um DAC, certamente verificará o suporte máximo de limite de arquivo do DAC, que pode ser, por exemplo, 32 bits/384kHz PCM e DSD512. Talvez  ainda contará com suporte para formatos mais específicos, como o DXD (um sinal DSD original convertido em PCM de 24 bits/352kHz) e MQA. Verifique as especificações de cada entrada, pois nem sempre elas possuem a mesma capacidade, podendo variar de uma para outra e assim oferecerem resultados distintos, mesmo que sutis.
A conexão óptica, por exemplo, geralmente é restrita a PCM de 24 bits/96kHz, enquanto o versátil USB geralmente é capaz de lidar com os limites máximos de arquivo suportados pelo DAC. As conexões do DAC podem diferir em seu suporte de arquivo, dependendo do seu projeto e de seus componentes internos, e por isso sempre vale a pena verificar o que está descrito das nas especificações técnicas do DAC.

5. Não ignore o posicionamento do aparelho

Como DACs geralmente são dispositivos fisicamente menores do que amplificadores estéreo e componentes de fonte de sinal, pode ser tentador colocar seu DAC em cima de outro componente ou empurrá-lo para o canto ou o fundo de seu rack ou estante. Porém, como todos os eletrônicos, ele deve ser colocado longe de outros dispositivos e em uma superfície firme para: a) minimizar a quantidade de vibração e b) evitar o superaquecimento se estiver propenso a esquentar (devido a sua falta de ventilação ou a presença de uma bateria embutida, talvez).
Cuidado, também, para não colocá-lo próximo a fontes geradoras de calor, e de também não obstruir a ventilação de outros equipamentos.

Isso pode não ser útil para DACs portáteis projetados para serem fisicamente conectados a um dispositivo de origem, mas para modelos de mesa e sistemas Hi-Fi, o posicionamento deve ser considerado. Lembre-se, o local ideal deve ser bem nivelado, de baixa ressonância e colocado o mais longe possível de fontes de vibração, calor ou interferências eletromagnéticas.

6. Teste o DAC como pré-amplificador

Se o seu DAC tiver saídas adequadas de áudio para amplificação, controle de volume e energia suficiente – todos igualmente importantes aqui – é provável que ele possa executar funções duplas, e além de converter sinais digitais de entrada de uma fonte em analógico (sua principal tarefa), também possuir a capacidade de funcionar como pré-amplificador (que é necessário para aumentar os sinais de baixo nível para os de nível de linha que os amplificadores de potência exigem) em seu sistema.
Isso significaria essencialmente que um pré-amplificador separado não é necessário, ou o estágio do pré-amplificador em seu amplificador integrado possa ser ignorado ignorado, podendo o DAC alimentar diretamente um amplificador de potência ou caixas acústicas ativas (amplificadas). Um benefício potencial disso é a presença de menos dispositivos na cadeia de sinal e melhor qualidade de áudio por conta disso.

No entanto, você precisa certificar-se de que o pré-amplificador e os estágios de saída analógica do DAC, a sua fonte de alimentação e o seu circuito de controle de volume ofereçam um desempenho superior a qualquer outra solução, algo comum em dispositivos de última geração e com projetos de alto nível. O uso de um DAC como um pré-amplificador em um sistema modular ou integrado é uma questão muito debatida que, na verdade, depende simplesmente da qualidades e dos componentes em questão. Não há aqui o certo ou o errado, e lembre-se de que só porque um DAC pode ser usado como um pré-amplificador, isso não significa necessariamente que deva. Experimente as opções disponíveis e veja qual você prefere!

E uma palavra final: se você estiver conectando um DAC a um pré-amplificador ou a um amplificador de potência, preste atenção à qualidade dos cabos de interconexão que usará entre eles, pois o cabeamento pode fazer uma grande diferença.

7. Considere a compatibilidade entre os equipamentos

A sinergia sônica (que são as nuances das características técnicas de cada projeto) é tão importante com fones de ouvido e DACs quanto com amplificadores e caixas acústicas.
Se você usar um amplificador, um DAC e fones de ouvido que tenham uma característica mais brilhante (agudos mais acentuados) do que neutra, por exemplo, e essa característica será também acentuada no resultado final.

Considerando que poucos fabricantes oferecem uma linha com ambos os produtos, fones de ouvido, DAC, amplificador de fone de ouvido, etc., é improvável que você possa confiar na certeza de uma sinergia sônica para o perfeito equilíbrio do sistema, mas um pouco de pesquisa sobre as características tonais dos DACs e dos fones de ouvido que você pretende adquirir será recompensada posteriormente.
Deixando de lado a correspondência sonora, verifique se os emparelhamentos também funcionam no sentido elétrico, ou seja, a potência de saída e a impedância do DAC e da amplificação são uma boa combinação para um determinado par de fones de ouvido. Leia as especificações técnicas, pois subjetivismo não funciona bem em áudio. Muitos amplificadores, DACs, fones de ouvido, mesmo de preços mais baixos, agora possuem ajustes de ganho, modos de ‘boost‘ e afins para acomodar fones de ouvido mais sensíveis ou de alto consumo de energia, portanto, neste caso, eletricamente falando, a compatibilidade de fones de ouvido não deve ser um grande problema.

8. Faça a manutenção preventiva do seu equipamento

Nada dura para sempre sem alguma deterioração. Cuide das conexões dos componentes, incluindo os conectores do DAC, dos cabos e fontes. Faça uma limpeza periódica para eliminar resíduos e oxidações. Um DAC exige pouca manutenção, mas se os seus conectores estiverem oxidados ou sujos, a transferência do sinal elétrico será prejudicada, e a qualidade sonora também vai ser prejudicada com isso. Quando fora de uso, principalmente em relação a componentes portáteis, mantenha-os acondicionados de forma adequada, evitando pó, umidade excessiva, contato com água ou outros agentes prejudiciais.

Visite a: What Hi-Fi
(texto que serviu de base para este artigo)

Audiofilo som high-end

4 Comentários

  1. Olá Marcelo!

    Obrigado por prestigiar e contribuir com este espaço.
    Sim, perfeita a sua observação. Normalmente sempre coloco as referências dos artigos ao final, principalmente da What Hi-Fi que é a minha publicação preferida, que inclusive assino e sempre recomendo para todos pela qualidade das suas avaliações e artigos.
    Muito bem observado.
    Eu fiz algumas melhorias que achei interessantes e uma pequena ampliação das sugestões, no que se refere a manutenção, já que muitos ignoram essa importante etapa, mas foi a base deste artigo.
    Obrigado pela contribuição.
    Abração

  2. Sobre o tópico número 5: eu sempre fico com um pé atrás quando me falam essas coisas, pois me soa como algo que no final das contas não vai fazer uma diferença perceptível. A minha dúvida é: isso é realmente algo que faz alguma diferença ou é um “efeito placebo”? Se realmente faz alguma diferença, qual é essa diferença e por quê ela ocorre?

  3. Olá.
    Achei a sua página na busca por lojas de audiofilia no Brasil.
    Estou começando no hobby e no momento estou apenas com In Ear (Kato, S12 Pro e adquirindo um Studio 4). Mas tenho já plano para começar com headphones.
    Nesse caso, minha primeira aquisição seria um Sennheiser HD600. Mas para isso preciso comprar um bom DAC/AMP para eles.
    Não penso em importar no momento.
    Por isso gostaria de saber se há boas lojas no Brasil que vendam DAC/AMP para headphones?

    Desde já agradeço e vou começar a ler a sua página.

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