Mais uma abordagem sobre acústica. Desta vez, colocamos em discussão a utilização de difusores em salas de audição.
Por: Eduardo Martins
Há cinco anos, recebi uma consulta de um leitor de nome Gabriel, sobre um equipamento que testei na época.
Isso ocorreu justamente num momento em que eu estava remodelando a minha sala, e nos e-mails que trocamos me chamou a atenção um comentário que ele fez: “Por isso prefiro mais os fones de ouvido do que caixas acústicas.”
Sua observação ganhou maior atenção de minha parte quando tomei conhecimento que ele era um engenheiro de gravação, e que tinha uma boa formação em acústica de salas de música.
Quando eu quis entender um pouco mais sobre a sua preferência por fones, ele me disse: “A sala interfere muito na reprodução das gravações, chegando ao ponto de nos fazer acreditar que nem se trata da mesma gravação”, e continuou: “Tratar a acústica de uma sala de audição é diferente de tratar um estúdio de gravação. Esta confusão é comum até entre os profissionais experientes do ramo. Eles erram e prejudicam a fidelidade da gravação de tal modo que todo o trabalho de estúdio acaba perdendo o sentido.”
Estas frases eu extraí de seus e-mails e, portanto, são suas palavras exatas.
No final os papéis se inverteram. Como eu estava considerando retrabalhar a acústica da minha sala, acabei me interessando em conhecer as suas opiniões sobre o tema, e foi quando discutíamos as opções do mercado para tratamento acústico que eu me surpreendi com outro comentário que ele fez, e que também transcrevo aqui com os trechos mais importantes desta observação:
“Um erro muito comum é a utilização de painéis difusores em salas de audição. Difusores devem ser usados em estúdio, pois quem sabe utilizá-los corretamente consegue criar uma ambiência mais rica à gravação, que normalmente não é encontrada num estúdio onde o excesso de soluções de isolamento acústico acaba matando a sala.”
“Difusores não devem jamais ser utilizados numa sala de audição, pois eles “espalham” o som, e, afinal, quem quer ver as ondas sonoras serem espalhadas num ambiente?”
“Idealmente, os únicos sons que deveriam chegar aos nossos ouvidos seriam aqueles provenientes das caixas acústicas. O ambiente deveria ser absolutamente neutro para não refletir ou interferir de nenhuma forma nas ondas sonoras. O pessoal tem um desejo equivocado de querer controlar estas reflexões, principalmente as primárias e secundárias, mas na verdade não deveria tentar controlar nada, mas apenas sumir com elas, o que possível com a absorção, e não com a difusão. Quando eu entro numa sala de audição destes audiófilos que adoram encher as paredes de difusores, misturados ou não com absorvedores, eu já sei que dali não vai sair coisa boa. Dito e feito. Porque diabos o cara quer refletir as ondas pela sala e de forma desordenada? Porque é isso o que os difusores fazem na prática.”
“… e esse negócio de cálculo matemático para construção de difusores é de tamanha bobagem que só serve para dar uma conotação mais tecnológica ao produto, mas na prática a distribuição e altura daqueles bloquinhos não conseguem agir com a precisão que os projetistas alegam. Isso é impossível, mas eles insistem que aquela p… tem toda uma teoria de desenvolvimento que beira a complexidade da engenharia espacial rs rs rs”
“Concentre-se em absorver as reflexões e ouvir o som das caixas. Quanto mais você cancelar a interação entre a caixa e o ambiente, mais próximo você estará de reproduzir com precisão o que foi gravado no disco… então esqueça difusores, pois na sua sala não servem para p… nenhuma, só mesmo para atrapalhar.”
“Não existe isso de sala morta, é sala neutra. Você deve absorver as reflexões e não os sons diretos da caixa. Se não souber posicionar as caixas ou fazer o tratamento correto, então aí terá uma sala “abafada”. Da forma como lhe orientei, você não corre este risco.”
Absorvedor acústico usado no tratamento de salas de som.
Há um ano, quando eu desenvolvia o projeto da minha sala atual, tentei novo contato com o Gabriel, mas não tive resposta aos meus e-mails. Através de seu endereço eletrônico, identifiquei o estúdio onde ele trabalhava e liguei lá, mas ele já não estava mais lá. O Gabriel havia se mudado para os EUA, aceitando trabalhar num estúdio em Manhattan. Parece que este é o destino de muitos profissionais competentes desta área. Ninguém soube me informar seu novo e-mail ou um telefone de contato, fosse por real desconhecimento ou por conta de alguma orientação neste sentido.
Este novo projeto da minha sala teria que receber uma atenção especial na acústica, pois para mim estava cada vez mais claro a importância da elétrica e da acústica num sistema de som.
Sem mais contato com o Gabriel, comecei a pesquisar mais profundamente o assunto, e entrei em contato com um amigo europeu que trabalha numa fábrica de caixas acústicas high-end, num elevado cargo técnico. Foi ele um dos que me ajudaram a desenvolver o projeto das minhas (projeto “A Caixa” apresentado aqui no Hi-Fi Planet), me fornecendo dicas preciosas de recursos que sequer fabricantes das melhores caixas high-end do mundo se preocupam em incluir em seus modelos, pois muitas vezes visam a redução de custos.
Este amigo, que não posso identificar aqui para não comprometê-lo, quando indagado sobre os comentários do Gabriel, me disse que ele estava correto nas suas afirmações, que usar difusores acústicos numa sala de audição estéreo de alto nível não era recomendado, e que já havia muitos posicionamentos de especialistas neste sentido.
Meu próximo passo nesta direção de tentar identificar as melhores opções para o tratamento acústico da minha sala me levou até o Jim Smith, autor do livro “Get Better Sound”, que traz algumas das mais interessantes abordagens sobre ajustes de sistemas de som. O Jim é mais um daqueles cidadãos inconformados com tantas bobagens que o mercado criou em torno do áudio de alta-fidelidade, frequentemente desmistificando algumas “verdades” não tão verdadeiras assim. Ele é outro defensor da não utilização de difusores em salas de audição.
Já conversei com o Jim várias vezes, inclusive recentemente para juntar seus conhecimentos em outro tema que pretendo abordar em breve, sobre um questionamento relativo ao palco sonoro de um sistema estéreo.
O Jim me lembrou de um breve artigo que escreveu sobre este assunto como um adendo de seu livro. Recomendo que todos leiam as “Quarter Notes” do Jim, uma coletânea de interessantes abordagens deste hobby e que atualiza e complementa o seu excelente livro (www.getbettersound.com).
Nesta abordagem, Jim também questiona a aplicação de difusores como solução acústica em uma sala de audição, afirmando que:
“Eu sei que muitos “especialistas em acústica” exigem dispersão nas salas. Em tempos anteriores, eu também fiz isso. Mas como eu me tornei mais consciente do envolvimento musical como a principal coisa que quero alcançar, surgiu algumas revelações que eu gostaria de compartilhar.
O primeiro ponto relaciona-se à gravação original. Como engenheiro de gravação, fiz a gravação para incluir o espaço de reverberação aplicável. Se a minha gravação de coral incluísse o espaço reverberante do local da gravação, a última coisa que eu desejaria ouvir é que os ouvintes injetassem o som de suas salas na reprodução da minha gravação!”
“Aqui está um exemplo – Nas gravações de coral, quando o som de um coro cai para o silêncio, espera-se ouvir algumas das reverberações registradas do salão. Uma vez que os audiófilos costumam adicionar dispersão para criar um som mais vivo, a decaimento natural do som gravado agora terá um novo e ainda maior atraso. E a informação musical será obscurecida.”
“Os audiófilos, que são acostumados a adicionar reverberações dispersas da caixa e da sala ao seu som, ficam sempre espantados ao ouvir o som natural da mesma gravação quando ele é revelado. É quase como se o conteúdo emocional da música estivesse escondido. E o sistema soa mais realista e, surpreendentemente, ainda mais vivo.”
“Quando consideramos o silêncio entre as notas, por que deveríamos querer diminuir o que os compositores e os artistas pretendiam? Em outras palavras, queremos que nosso sistema continue a reverberar e mudar o impacto que se intencionava?”
“Fabricantes de caixas acústicas apresentaram no passado demonstrações “ao vivo e gravadas”. Um dos mais bem sucedidos em suas demonstrações foi a Acoustic Research. A AR descobriu que mesmo uma gravação de voz solo poderia ser alterada inaceitavelmente quando os efeitos da sala eram adicionados à gravação.”
“Quando escrevi Get Better Sound , mencionei que imaginava que o melhor ambiente de audição de reprodução de áudio era provavelmente um pouco “vivo”. Nos últimos oito anos ou mais, essa opinião evoluiu um pouco. Agora, eu prefiro o neutro e até o lado “menos vivo” do neutro.”
Na última vez que falei com o Jim, ele me comentou que estava evoluindo nestes estudos, e que havia notado que os famosos painéis difusores de bloquinhos de madeira e outros “cuidadosamente dimensionados por sofisticados programas de computador” são muito limitados em relação aos efeitos anunciados, seja por razões físicas ou pela própria ineficácia do método, e que ele tinha conseguido resultados superiores retirando a interação da sala sobre o som das caixas acústicas.
Quem quer, afinal, modificar o som reproduzido pelas caixas acústicas? Devemos lembrar que os fabricantes mais sérios de caixas acústicas testam e ajustam os seus projetos em câmaras anecoicas, onde qualquer reflexão é eliminada para que não interfira no resultado sonoro produzido pelos alto-falantes das caixas.
Querer dispersar o som produzido por uma caixa em nossa sala é criar uma aberração desnecessária. Não nos interessa produzir ecos que não estão na gravação. Não é aceitável que qualquer sala ou tratamento acústico modifique a reverberação do registro original.
Não é razoável que o audiófilo gaste fortunas em equipamentos de ponta e depois permita que componentes da sala interfiram no som reproduzido pelas caixas, que deveriam ser fiéis às gravações.
O mais inteligente a fazer é tentar absorver todas as reflexões importantes da sala, deixando-a mais neutra possível. Sons refletidos em paredes, objetos ou mesmo painéis difusores vão provocar inevitáveis alterações no conteúdo final. Você pode readequar o som ao seu gosto ou necessidade, mas não na forma de uma interferência como esta, onde temos pouco ou nenhum controle preciso sobre o acontecimento.
Importante mencionar que o medo de acabar com uma “sala morta” é injustificável, pois na verdade a expressão deveria ser trocada para “sala neutra”, Há um conceito errado aqui que precisa ser corrigido para que o usuário compreenda melhor o efeito obtido. A expressão “morta” leva à uma falsa idéia de uma reprodução “sem vida”, quando na verdade nada é subtraído, mas tão somente preservado.
O aqui mencionado engenheiro responsável pelo desenvolvimento de caixas acústicas high-end, me comentou que é comum alguns usuários de painéis difusores relatarem melhora de foco, de palco ou detalhamento do som. Nestes casos, diz ele, não se trata de uma virtude do painel, mas de um problema com a absorção das reflexões da sala, já que muitas salas são projetadas sem os devidos cuidados acústicos, criando reflexões indesejadas que algumas vezes podem mudar de comportamento com os painéis ou provocarem falsas sensações (maioria dos casos). Mas, o que se deseja não é tentar controlar estas reflexões, até porque isso é impossível com estes recursos, mas sim eliminá-las definitivamente de nossas salas.
Eu já visitei muitas salas de audição estéreo, e todas aquelas que utilizavam difusores acústicos sempre apresentaram reproduções menos agradáveis e mais imprecisas do que aquelas que possuíam painéis absorvedores, e as medições realizadas, quando possível, mostravam claramente que os problemas ainda estavam lá.
Eu cheguei a testar alguns destes painéis tipo “tocos de madeira” em minha sala, variando quantidade e localização, e em todas as experiências eu não consegui a mesma qualidade superior de som como quando eu testei somente absorvedores como solução de tratamento acústico.
Alguns insistem que salas com muita absorção soam “mortas” demais. Isso ocorre porque não ajustam o seu sistema de forma correta, já que o som direto que sai das caixas acústicas deveria ser o único som a chegar aos seus ouvidos, e se ele parece “abafado”, é porque o ouvinte se acostumou com a reverberação ou não teve êxito no ajuste da sala, não promovendo, por exemplo, o correto ajuste de eixo das caixas (toe-in).
Como sempre, surgirão aqueles críticos dizendo que este autor foi infeliz na apresentação deste artigo. Mas, gostaria de ressaltar que não sou eu quem faz estas afirmações, e que além das opiniões dos respeitados especialistas aqui apresentados, há inúmeros estudos e conclusões semelhantes a estas que podem ser conhecidas numa busca pelo tema na internet.
Devoto ou não destas opiniões, recomendo fortemente que o leitor faça as suas próprias experiências, para ao final escolher a solução que achar mais adequada para o seu caso (gosto não se discute). Mas, sugiro que considere estes estudos com muito carinho, antes de firmar a sua escolha.
Eu fiz a minha opção, e desenvolvi um projeto acústico bastante criterioso, não pela minha cabeça ou pela opinião de quem quer que fosse, mas com base em muitas informações técnicas cuidadosamente selecionadas. Com todo o respeito que os grupos de discussão e publicações especializadas (ou que se acham especializadas) merecem, há muita desinformação sobre (mais) este assunto sendo divulgada, e que tem como objetivo apenas colocar um sorriso na cara de fabricantes, revendas e anunciantes.
Precisamos rever conceitos, repensar soluções e passar a enxergar o áudio com mais objetividade e menos achismos, pois há um abismo enorme entre o certo e o errado e que tem engolido os audiófilos há muitos anos. Muitos chamam este abismo de “o misterioso universo do áudio high-end“, criando um misticismo muito conveniente aos mais diversos interesses.
Atualização em 06.11.2017
Recebi uma colaboração de nosso querido leitor e amigo André Dias.
Ele abordou uma questão tão importante que eu preferi incluí-la neste artigo como uma atualização.
Muitas vezes o nosso hobby pode ocultar alguns perigos que devem ser conhecidos para que não acabem em tragédias.
Vale a pena tomar conhecimento destas informações abaixo. Muito obrigado André.
Ao revestir uma sala, podemos estar criando um local perigoso.
Os materiais utilizados nessas placas, painéis, etc, podem ser de fácil combustão.
Um colega do corpo de bombeiros me recomendou utilizar spray de proteção contra fogo, não sei como seria o nome correto no Brasil. Compro aqui como “Fireproofing Spray”. Trata-se de um composto químico para retardamento da combustão.
Esse Spray é utilizado para aplicação em decorações de festas, isolaçao acústica de disco clubs, restaurantes, etc.
Quem tem isolação acústica com espuma de PU (poliuretano), aquelas típicas em formato de pirâmide, tem um risco ainda maior; muito antes de sofrer queimadura, a pessoa pode ser asfixiada pelo gás cianídrico, resultante da combustão da espuma PU.
Ao montar a sala, muitas vezes essas placas ou espumas, são fixadas próximas às tomadas ou a fios elétricos. Muitas vezes a instalação elétrica da sala é caseira, com fios mal dimensionados, que podem vir a aquecer e pegar fogo.
Aqui em casa, apliquei o spray na sala toda. Fiz um teste com placas com e sem aplicação do Spray. A diferença na rapidez de combustão é impressionante. Coloquei também detetores de fumaça nos quatro cantos da sala. Um por ambiente, já é obrigatório aqui na Alemanha.
Do lado de fora da sala, como é porão, instalei um extintor de uso doméstico.
Claro, alguns podem achar exagero, mas minha filha assiste a filmes lá, com outras crianças. Acho que vale a pela a precaução, principalmente entendendo o risco adicional que o tratamento acústico pode trazer ao ambiente.
É isso, com o Spray pra retardar a combustão, e o detetor de fumaça com aquele alarme alto e agudo, podemos aumentar consideravelmente a chance de conseguir correr a tempo lá do quintal, do churrasco com os amigos, até a sala onde as crianças assistem a um filme.
Quem quiser pesquisar mais sobre o assunto, há bastante informação disponível no Youtube, principalmente em inglês.
Olá Eduardo Martins
Incrível coincidência, ontem pela manhã eu conversava com um amigo justamente sobre isso.
Adotei essa solução de utilização de absorvedores para eliminar todas as primeiras e segundas reflexões da minha sala, e acabei com os difusores que eu usava.
Já teve quem disse que a minha sala ficou morta e sem envolvimento, mas muitos adoraram o novo projeto. Eu aprovei e para mim é o que importa.
Não quero criar um ambiente artificial de música ao vivo na minha sala, eu quero simplesmente ouvir a gravação exatamente como ela foi concebida e desta forma é exatamente o que consigo.
Aboli o uso de difusores na minha sala e isso não tem mais volta.
Visitei uma vez a fábrica de caixas acústicas Dynaudio, que você deve conhecer, e o pessoal de lá me comentou que a orientação deles é exatamente neste sentido de não utilizar painéis difusores em salas para música estéreo, no máximo em home-cinema onde a difusão tende a aumentar a sensação de envolvimento dos barulhos do filme.
Excelente artigo, e como sempre com uma abordagem simples e bastante objetiva.
Eu moro em Santo André, SP. Não sei se você conhece.
Gostaria de saber se é possível contratar o serviço da Hi-Fi Planet para uma avaliação da minha sala com instrumentos, uma avaliação objetiva como se diz.
Não tenho afinidade com medições, não tenho instrumentos para isso e sinceramente não tenho a menor paciência para aprender, mas gostaria de ter um retrato de como ela se comporta hoje.
Obrigado e abraço.
Mestre Eduardo
Mais uma vez trazendo para nós aquilo que é de grande importância e complexidade técnica mas, sem abordagens de linguagem que não interessa como resultado e sim uma orientação séria e tangível para o universo audiófilo. Parabéns pelo artigo.
Fiquei entretanto com uma dúvida: Para que tenhamos o som apenas das caixas no ambiente, sem reflexões, ou com mínimo de reflexões, seria básico tratar a sala com painéis absorvedores e daí encontrar o melhor posicionamento Caixas X Ouvinte para obtermos seu melhor resultado sonoro?
Grande abraço
GILBERTO
P. S. Ainda que deixando a sala com bastante área revestida de absorvedores?
Olá, Gilson
Parabéns pela sala. Que caixas você usa? Dynaudio mesmo?
Agradeço as palavras motivadoras. Mas, não oferecemos nenhum tipo de consultoria profissional remunerada.
O Hi-Fi Planet é apenas um site de informação, não uma empresa, criado para compartilhar experiências úteis e realistas sobre o hobby da alta-fidelidade.
Mas, isso não me impede de visitá-lo para conhecer melhor o seu projeto e fazermos algumas medições.
Conheço Santo André sim. Morei nesta cidade por muitos anos.
Estudei no Instituto Pentágono, onde me formei em eletrônica e comecei a dar meus primeiros passos nesta área. Isso lá em 1980…
Por favor, me envie um e-mail com o seu contato.
Grande abraço
Eduardo
Bom Dia, Gilberto,
É sempre bom encontrá-lo por aqui. Obrigado por prestigiar este espaço.
Estou longe de ser um mestre. Que exagero ! Somos eternos aprendizes.
Você entendeu exatamente a idéia. É isso mesmo.
Pretendo tratar deste assunto em breve, mas em resumo e de uma forma bastante simples, podemos entender uma sala sem tratamento como um habitáculo onde o som reflete em todas as paredes, teto e piso. Essas reflexões são naturais, ocorrem em qualquer sala sem tratamento e das mais variadas formas dependendo das dimensões, mobília e outras características da sala.
Estas reflexões fazem com que o som ganhe mais “tempo de vida” na sala, com maior tempo de decaimento. Imagine que você tem o som que sai das caixas seguindo diretamente para os seus ouvidos, mas tem ainda o som refletido nas paredes laterais, no teto, piso e nas paredes da frente e do fundo, que farão um caminho maior para chegar aos seus ouvidos. É evidente que você não tem mais como resultado o som gravado, mas sim este som em conjunto com as interações de sua sala. Há quem goste disso, e ache que o som fica mais “interessante” e mais envolvente.
Eu, porém, penso que é um contrassenso o audiófilo investir tanto em equipamentos sofisticados, para conseguir atingir a maior fidelidade possível de reprodução e ao final permitir que a sala modifique esse som.
Eu penso que você pode modificar o som como quiser antes, até mesmo adequando-o ao seu gosto ou necessidades pessoais, mas quando ele sai das caixas deve chegar íntegro aos seus ouvidos.
Sendo assim, com os absorvedores e outros recursos instalados na sua sala, você pode eliminar estas reflexões e ter como resultado um som mais direto.
Você pode, porém, ajustar o ângulo de posicionamento horizontal, toe-in, (e altura, se possível) de suas caixas para melhorar a direcionalidade principalmente das médias-altas e altas frequências, para compensar eventual perda de intensidade sonora nesta faixa pela absorção das ondas sonoras refletidas pelos mecanismos de absorção. Isso não é sempre necessário, mas vale a pena fazer alguns testes e obter assim um ajuste mais preciso.
Espero em breve abordar este tema com maior detalhamento.
Procuro não escrever nada sem antes estudar o assunto, ouvir opiniões de quem conhece o tema (o que tem de curiosos por aí…), conhecer exemplos e realizar os meus próprios testes. Depois preciso colocar isso num texto bastante acessível para evitar que a coisa pareça muito complexa ou misteriosa, como muitos gostam de fazer.
Isso demanda um tempo que me falta hoje, mas sempre dou um jeitinho.
Grande abraço
Eduardo
Não existe sala morta, o que existe é sala neutra, correta. Assim como não existe sala viva, o que existe são salas com colorações provocadas pelas reverberações no ambiente.
Projetei e montei inúmeros tratamentos e isolamentos acústicos de salas, sempre ao gosto do cliente, e lamentavelmente as pessoas gostam de salas com reverberações.
Muito esclarecedor o artigo.
Muito bacana este site.
Percebo um cuidado muito grande dos autores ou do autor em passar a informação de forma correta e acessível, sem rodeios ou termos muito técnicos.
Há um carinho especial com o leitor na forma como o autor se dirige, e fica evidente o seu intuito de ajudar de forma gratuita.
O projeto A Caixa foi muito interessante. Montar um componente verdadeiramente hi end com tantos cuidados, imagino quanto não custaria uma caixa dessas hoje no mercado, com tanto lixo sendo vendido por 20 ou 30 mil dólares.
A Costomização de Som também foi uma abordagem genial. Nunca havia lido algo similar nem aqui ou em qualquer outra parte do mundo.Me fez repensar o áudio por um ângulo totalmente novo.
Parabéns aos criadores deste site.
Dráusio Gurgel
Olá Dráusio.
Obrigado pelas considerações.
Abraços
Eduardo
Uma outra dica que vale a pena acrescentar é que quem já esteve numa câmara anecoica sabe muito bem a sensação estranha que sentimos ali dentro. É uma coisa inexplicável. Ouvimos até nosso coração batendo.
E sabem porque isso? O silêncio ali é total.
Uma sala neutra, que alguns mal informados chamam de “morta”, apresenta um nível de ruído muito menor do que uma sala desajustada, costumeiramente chamada de “viva”.
Façam uma experiência, com a ajuda de um decibelímetro meçam o piso de ruído numa sala com difusores, viva, desajustada ou colorida, como preferirem chamar. Em seguida retirem os difusores, instalem absorvedores no lugar e meçam outra vez.
Usem qualquer um destes programinhas de decibelímetro que se baixa em smartphones hoje em dia, eles são suficientes para isso. Depois me contem.
Para aqueles que sabem a importância de se ter um piso de ruído bem baixo numa sala, ou buscam o tal do silêncio “sepulcral”, a surpresa será bastante positiva.
Olá Aguiar,
Obrigado pela contribuição.
Abraço
Eduardo
Eduardo,
Acabo de finalizar a minha sala de som em um apartamento maior que adquiri. Foram 2 anos de trabalho. Não é uma ela dedicada, mas o tratamento com absorvedores no teto e na parade atrás do sistema associado ao piso de madeira, tapete e cortina trouxe um ambiente muito agradável para stereo e home theater. Gostaria muito que um dia você pudesse conhecê-la. Seria um prazer ter a sua opinião e sugestões para melhorias (sempre há o que melhorar). Até lá, gostaria de perguntar se você tem experiência com absorvedores da marca portuguesa Artnovion. Grande abraço e parabéns pelos novos artigos.
Atenciosamente,
Renato
Olá Renato,
Será um prazer conhecer a sua sala nova.
Não conheço esse produto. Você encontrou aqui no Brasil ou pretende importá-lo?
Me passe o link do produto.
Talvez o amigo Jose Santa, que participa deste espaço possa tomar conhecimento da sua mensagem e ajudá-lo nesta dúvida.
Obrigado,
Eduardo
Sala morta ou neutra sem dúvida, nada destes modismos que alguns audiófilos adotam, gastam uma puta grana com equipamentos caros e de altíssima fidelidade para depois deixar a sala mudar tudo.
Como disse o conceituado projetista JH Brandt certa vez: …Quando você está ouvindo uma fonte, você não quer ter a percepção de qualquer espaço além daquele que você está ouvindo….
Concordo com este artigo, temos que ouvir o que foi gravado e não as interações da gravação com elementos “vivos” da sala.
O que é melhor, assistir um filme numa sala escura ou numa sala cheia de lâmpadas coloridas? 🙂
Eduardo,
Eu encontrei aqui no Brasil através de um importador que começou a trabalhar com ele recentemente. Acabei fazendo minha sala com este importador que utilizou dezesseis placas absorvedoras no teto. Não tenho experiências com outras marcas, mas achei que o resultado acústico ficou muito bom e houve um ganho estético considerável(minha esposa era contra qualquer tipo de tratamento acústico na sala, pois, afinal de contas, a sala de estar é o cartão de visita da casa. Ela ficou impressionada com os resultados, assim como nossos visitantes). Queria a sua opinião, tendo em vista que o seu conhecimento técnico, experiências e credibilidade seriam fundamentais para uma avaliação mais criteriosa se realmente fiz um bom negócio e se há maneiras de melhorar a acústica da minha sala.
Obrigado pelo seu excelente trabalho,
Renato
Olá, Renato,
Fiquei curioso em relação ao seu projeto.
Você pode me enviar algumas fotos?
Olha, para ter certeza de como ficou, só medindo com instrumentos apropriados.
Mas, o fato dele ter usado tratamento no teto já é um bom começo. Pouca gente trata o teto, que é mais danoso do que as paredes laterais.
Abraço
Eduardo
Eduardo, boa tarde.
Coincidentemente com teu artigo, li no portal do Uol, na página da Revista HomeTheater artigo do senhor Luís Fernando O. Cysne.
Segundo entendi, ele aborda o assunto de absorção e difusão de uma forma oposta à colocada por você e de colegas que concordam com a tua colocação.
Esse artigo não é recente, está sendo reapresentado pela revista.
Segue o link: http://revistahometheater.uol.com.br/portal/2017/07/10/2794/
Gostaria de saber tua opinião sobre esse artigo.
Olá Eduardo,
Muito bom o artigo.
ainda tenho algumas dúvidas – que acredito serem importantes – com relação ao material utilizado. vamos lá:
1 – placas de espuma estão totalmente fora de um projeto de tratamento acústico ou tem alguma valia? Caso positivo, onde instala-las exatamente?
2 – Se a lã de rocha constitui o material mais importante, qual a densidade mais indicada? 32kg/m3? 64kg/m3 ou mesmo 96kg/m3 – esta última também encontrável.
Ou, de forma diversa, o resultado ideal seria uma combinação das três? Nesse caso, quem entraria aonde?
Abraço
Uma outra dúvida: um tratamento no teto pode minimizar o problema oriundo de paredes laterais não tratadas ou, pelo contrário, trazer algum tipo de desequilíbrio? – uma vez que apenas o teto estaria tratado.
Obrigado.
Abraços
Olá, Luiz,
O Eng. Luiz Cysne é um competente profissional e que merece todo o meu respeito, mas, a abordagem dele, apesar de ser na direção de tentar corrigir as “distorções” provocadas pelas revistas especializadas por “décadas a fio”, acaba em alguns pontos apenas fortalecendo estes conceitos, sem apresentar qualquer novidade ao assunto.
Primeiro temos que levar em consideração que ele apresenta sua opinião para um ambiente de home-theater, enquanto a minha exposição é direcionada principalmente para salas de audição de música estéreo de alta-fidelidade. Esse é um cuidado que deve ser observado, pois cada caso representa uma condição acústica diferente.
Em geral, em home-theaters, o espectador aprecia características que em salas de audição crítica seriam pouco toleradas, como graves muito intensos e maior envolvimento do som. Nestas condições, o uso de difusores pode agradar mais os que apreciam estes efeitos.
A minha sala de home-theater é a mesma para música estéreo, apesar de usar equipamentos distintos, inclusive caixas acústicas. Mesmo assim, eu apreciei mais a sala neutra do que com o uso de difusores ou com excesso de reflexões.
Pode ser uma questão de gosto (neste caso de home-theater), mas eu entendo que reflexões são sempre indesejadas, sejam em paredes expostas ou difusores.
A escola adotada pelo Eng. Cysne é bastante tradicionalista, enquanto o que eu apresento aqui é um novo conceito (nem tão novo assim) que vem ganhando a atenção de especialistas no exterior. Estes destaques, infelizmente, demoram para chegar aqui em nossa terrinha.
Para melhor entendimento, o artigo do Eng. Cysne deveria ser dividido em duas partes, uma tratando dos velhos e conhecidos problemas ocasionados pelas baixas frequências (graves), e outra tratando das médias e altas frequências (médios e agudos).
Ao colocar as duas coisas no mesmo pacote, ele acabou invariavelmente tentando enxergar a sala como um todo e única, e as coisas não são tão fáceis assim.
Tratar as primeiras e segundas reflexões, e domar os graves são coisas distintas e que merecem soluções também distintas, e na maioria dos casos, o problema dos graves passa longe de ser resolvido com os bass traps por ele sugerido, uma solução que acho mais mal abordada pelas revistas citadas do que uma correção efetiva para o problema.
Quando ele se refere ao “som medonho”, entendo eu que isso decorre do vício dos ouvintes em apreciar reflexões e desequilíbrios tonais de grandes amplitudes.
Muitos enxergam uma “sala neutra” como uma “sala morta”, sem vida.
Isso é facilmente notado no texto em questão quando o autor cita, entre outras coisas, que “Estudos científicos de profundidade foram conduzidos por cientistas durante anos a fio para estabelecer os padrões de exigência das pessoas acostumadas a ouvir música e ir ao cinema.”.
Perceba que a audição de música ao vivo ou o cinema não representam uma referência absoluta para a interação acústica de um ambiente de audição estéreo crítica. Mais uma vez, o excesso de reverberações existentes numa sala de cinema ou em alguns palcos de apresentação ao vivo proporcionam um efeito “interessante” para filmes, para o envolvimento do som, mas que, quando gravados, vão interagir ainda com uma sala viva, provocando resultados que eu então considero desastrosos.
Precisamos lembrar que muitas gravações audiófilas são realizadas em estúdio, com nenhuma ou muito pouca reverberação, pois o envolvimento desejado é bem diferente daquele de um cinema ou de um home-theater.
Porque iríamos então criar um envolvimento artificial de reflexões da nossa sala sobre o que foi gravado?
Idealmente, o que muitos especialistas estão concluindo hoje é que o correto seria os nossos ouvidos receber somente os sons como foram gravados, ou seja, aquele produzidos unicamente pelas caixas acústicas, sem a “coloração” e a ambiência artificial produzida pela sala ou pelos painéis difusores, como sugere o Eng. Cysne ao recomendar a utilização de difusores para controlar as reverberações. Porque controlar algo que não deveria estar ali? O ideal não seria evitarmos qualquer interferência da sala sobre a gravação original?
Entendo que seja muito difícil produzir uma sala neutra, mas é este o conceito que estou propondo aqui e que venho aplicando com sucesso em minha sala.
Ao sugerir materiais absorvedores nos “pontos nevrálgicos” onde ocorrem as reflexões, ele cita ainda que: “A parte frontal está resolvida. O prêmio são enormes benefícios para a estereofonia gerada pelos canais L e R, e aperfeiçoamento significativo dos sinais provenientes do canal C.”
Perceba que ele reforça o conceito aplicado para um home-theater, ao mesmo tempo que admite um ganho nas caixas esquerda e direita no que se refere à precisão do efeito estereofônico, justamente o que buscamos mostrar em nosso artigo aqui.
Ainda, nesta direção, o artigo do Eng. Cysne cita que:
“Outro engano muito comum é imaginar que as reflexões laterais devem ser eliminadas ou combatidas. Aquelas pesquisas a que me referi antes deixam claro que todos nós apreciamos muito as reflexões laterais. Especialmente as que nos chegam com ângulos de 60? e com intensidade ligeiramente abaixo das dos sinais diretos.
O que fazer? Nada. Deixar que as paredes da sala produzam as reflexões desejadas. Entretanto, se isso não acontece em seu caso, também é possível usar elementos reflexivos. ”
Aqui, faço outras observações:
“Apreciar reflexões laterais” reforça o caráter subjetivo, o gosto do ouvinte, e não representa a neutralidade que buscamos numa reprodução audiófila de nível high-end.
Qual apreciador de alta-fidelidade, que adquire precisos e caríssimos equipamentos high-end, poderia admitir que, ao final de todo seu investimento, as distorções provocadas pela sala lhe trariam maior satisfação auditiva?
Isso é gosto, não é neutralidade.
Nada contra o gosto. Conheço quem gosta de tomar café sem açúcar, pois afirma que o sabor do café não é alterado e pode assim ser melhor apreciado. Há quem prefira o café com muito açúcar, pois ele fica bem “docinho”, mesmo prejudicando o sabor natural produzido pelos grãos.
Como costumo dizer, gosto não se discute.
Já vi muita gente se apaixonar pela imagem de uma TV saturada. Quem explica isso?
Quando falamos aqui em “sala neutra”, muitos entendem como sala morta. Nessa direção, o Eng. Cysne afirma que: “Numa sala dessas, as altas frequências sequer são percebidas. Porque mal deixam os falantes e já são eliminadas de pronto pelos “aparatos acústicos recomendados”.”
Há uma confusão entre o entendimento popular de sala “morta” e sala “neutra”. Comentamos aqui sobre sala neutra, que seria aquela sala onde o som gravado é reproduzido fielmente, com a menor interação possível da sala.
Novamente, são conceitos de aplicação diferentes.
Para um home-theater, concordo com o Eng. Cysne que a reverberação e os efeitos provocados pela sala podem até agradar, pois produzem maior ambiência, porém falsa.
Será que é isso que buscamos numa reprodução audiófila depois de muito investir em equipamentos high-end? Eu entendo que não.
Novamente, reforçando esta exposição, ele ainda cita que: “As reflexões laterais aumentam a largura aparente do palco sônico, potencializando muito a qualidade da imagem estereofônica.”
Aumentar a percepção do efeito estéreo não significa potencializar a sua qualidade. Entendo isso como um equívoco.
Não se deve potencializar nada que não seja original, ou seja, a fidelidade deve, mais uma vez, ser mantida. Podemos até ajustar o som posteriormente ao nosso gosto ou às nossas características auditivas individuais, mas colocar isso como uma solução acústica gerada por um efeito artificial, não me parece aceitável.
Novamente, entendo que isso possa até agradar numa sala de home-theater, e essa parece ser a orientação daquele artigo.
Outro cuidado que precisamos ter é quanto à sugestão de usar tapete para absorção no piso. Não é qualquer tapete que fornece bons resultados. É preciso ser muito cuidadoso com a escolha. Já vi tapetes que não apresentaram qualquer absorção.
Eu mesmo tive que trocar o tapete de minha sala nova por outro com 30mm de altura para conseguir o resultado desejado.
Mas, eu concordo com duas observações do artigo do Eng. Cysne, e que já chamei a atenção há muito anos e aplico em minha sala.
A primeira é sobre a utilização de dois subwoofers.
Ele está certo. Essa história de que um subwoofer é suficiente e que pode ser disposto em qualquer lugar da sala é ilusória.
O ideal é utilizar dois subwoofers, dispostos simetricamente, e de preferência logo atrás das caixas frontais, ou mais adiantadas dependendo das condições acústicas. Outro solução para salas residenciais é a utilização de caixas do tipo coluna, ou torre, solução esta que adotei por conta do melhor resultado obtido.
Outro ponto que concordo com ele é quando ele afirma que: “Outra constatação consensual é que as reflexões que chegam pelo chão e pelo teto são tão abomináveis quanto as frontais.”
Há anos eu utilizo absorvedores no teto, e na minha sala atual ainda adoto amortecimento no piso diante das caixas frontais, com almofadas preenchidas de forro acústico, buscando conciliar estética com técnica.
Para finalizar, destaco outro comentário do artigo que diz: “Outro engano muito comum é imaginar que as reflexões laterais devem ser eliminadas ou combatidas. Aquelas pesquisas a que me referi antes deixam claro que todos nós apreciamos muito as reflexões laterais. Especialmente as que nos chegam com ângulos de 60? e com intensidade ligeiramente abaixo das dos sinais diretos.”
O ideal é absorver sim qualquer reflexão artificial provocada pela sala. Novamente, a sala não deve distorcer o que foi gravado, jamais.
Neste caso, ajustes do ângulo do eixo das caixas (toe-in)fornecem um resultado mais adequado e até semelhante.
Deixo aqui meus parabéns pelo excelente artigo do Eng. Cysne, mas entendo que suas observações são direcionadas à uma sala de home-theater, e ainda assim para atender percepções de gosto bastante subjetivo.
O ideal é testar. Sempre digo isso.
Propostas diferentes podem atender casos específicos, mas nem sempre serão a regra a ser aplicada em todas as situações.
Abraços
Eduardo
Eduardo, boa tarde.
Obrigado pelas considerações apresentadas.
Prezado Sr. Eduardo
Parabéns pelo site. Enfim vida inteligente neste universo que é o áudio hi-end.
Seus artigos tem me ajudado muito, e lhe sou grato por isso.
Sou de Santo André-SP, e apreciei muito os artigos sobre acústica.
Eu queria fazer uma avaliação da minha sala utilizando medidores confiáveis, já que nossos ouvidos não são tão precisos assim como parecem.
Eu gostaria de saber se o Sr. pode realizar este serviço e quanto custaria. Quais os recursos que o Sr. precisa e o que tenho que providenciar.
Muito agradecido por enquanto,
Atenciosamente,
Roberto Sampaio
Olá, Caio,
Desculpe a demora em responder, mas estive enrolado por aqui.
1 – Placas de espuma podem ser utilizadas sim, mas devem ser aquelas para este fim, tratamento acústico. Muitos compram espumas comum, tipo “caixa de ovo” e placas lisas. Ajudam, mas não são as ideais. Eu uso painéis da Vibrasom, mas existem outros fabricantes que também produzem este material. Apenas tenha certeza que é um fabricante de material acústico, e não curiosos que fabricam isso em casa.
2 – A lã de rocha não constitui o material mais importante. É apenas mais uma opção. O projeto deve ser o elemento mais importante.
Quanto à densidade, te peço desculpas, mas não sou especialista em tratamento acústico. Compartilho alguns conhecimentos, mas acústica não é algo que eu possa opinar com total domínio.
O problema é que achar quem conheça o assunto profissionalmente no Brasil também é algo muito trabalhoso. Existem muitos curiosos, mas poucos profissionais sérios e competentes com formação acadêmica para isso.
A primeira coisa que deve ser feita é uma avaliação detalhada da situação acústica da sala, o que somente pode ser feita com equipamentos apropriados, coisas que muitos “especialistas” não possuem ou não sabem utilizar.
Acabei de receber o XTZ Analyser Pro, uma atualização de um modelo que eu já tinha. Recomendo algo parecido para poder entender com precisão o que acontece em sua sala.
Mas, por favor, não vá atrás do pessoal que é “especialista em orelhada”. Como qualquer outra aplicação tecnológica, o tratamento acústico requer conhecimento científico e análises objetivas.
Infelizmente, o nosso hobby sofre com o excesso de subjetividade, sinônimo, neste caso, para falta de competência e equipamentos apropriados.
Muita gente querendo ganhar dinheiro com este hobby, mas poucos capacitados para oferecer o que oferecem.
Veja a bronca acima do Eng. Cysne em relação às publicações especializadas. E isso é real. Os editores destas publicações não possuem a formação necessária para oferecer as informações que publicam, e a maior preocupação deles é fazer reviews maravilhosos, transformando todo equipamento num grande achado, e assim faturar com os anúncios, que é o que realmente são estes reviews, pura propaganda.
Quanto à sua pergunta posterior, a resposta é Não.
O tratamento do teto não substitui aquele realizado nas paredes laterais, no piso, na parede de fundo e na frontal.
O consenso mais atual é que tudo deve ser tratado, e sempre com absorvedores. Não tratar as paredes laterais é um grande erro. Por mais que as reflexões laterais possam parecer “bonitinha” aos nossos ouvidos, são reflexões, aberrações acústicas, e devem ser tratadas.
Para um home-theater isso pode até parecer divertido, mas para uma sala de audição audiófila, isso é inadmissível.
Uma televisão com saturação de vermelho, por exemplo, pode até deixar a imagem mais “quente”, mais viva, porém não será uma imagem natural, bem calibrada.
Já imaginou você comprar uma super televisão de altíssima definição, super detalhada e hiper precisa, pagar uma pequena fortuna neste produto high-end, e depois assistir a imagem sem naturalidade, descalibrada e com as cores desequilibradas? É mais ou menos esta a idéia por trás do tratamento acústico.
Você pode até ajustar a curva de resposta do seu sistema para se adequar ao seu gosto ou ao seu ouvido, mas isso não muda o fato que aberrações acústicas devam ser corrigidas primeiro.
Abraços
Prezado Luiz,
Fico à disposição.
Abraços
Olá Roberto,
Eu não realizo nenhum trabalho na área de áudio, venda de material, patrocínios ou anúncios.
Desculpe, mas para garantir a imparcialidade do que publicamos aqui, não gostaríamos de ter qualquer compensação financeira por isso.
Grande abraço
Conheço o autor do artigo indicado. Gente fina e competente.
Mas, acho que ele se contradiz em alguns momentos. Não usar tratamento nas paredes laterais para aumentar o efeito estéreo e dizer para deixar que as paredes produzam as reflexões desejadas… é muito estranho na minha opinião. Aliás, sequer reflete outras opiniões anteriores do mesmo autor.
Mas, eu acho que a resposta do Eduardo foi corretíssima. O autor deve ter se baseado mais numa sala de HT, onde existe quase um vale-tudo.
Normalmente o usuário de HT gosta de graves no peito, de estremecer a sala, exageram no nível do subwoofer, apreciam reflexões de todos os lados, reverberações de toda espécie, acham bonito ouvir o eco do som pela sala.
Pode ser isso, o que também entendo não ser muito correto, mas é o gosto popular.
Também não acho correto dizer que o som sai da caixa e e é absorvido antes de chegar ao ouvinte pelos aparatos acústicos da sala. Que aparatos seriam esses? Porque absorvedores acústicos bem dimensionados e corretamente posicionados não absorvem o som direto, mas devem eliminar as reflexões.
Até pelo tamanho habitual das salas de HT hoje isso não ocorreria.
De qualquer forma é democrático conhecermos opiniões diferentes.
O mais importante é que os dois autores concordam que muito se falou de besteiras em termos de tratamento acústico, inclusive por revistas que se dizem especializadas e que testam um painel acústico de logo depois já chama o produto de aclamado nas demais edições, em loja de produtos que o própria avaliador mantinha.
Toda orientação fiável é importante para começar a acabar com estes exageros e esse amadorismo que tomou conta do mercado.
Você passa anos estudando engenharia, faz vários cursos de especialização, desenvolve inúmeros projetos, e aí chega um amador sem qualquer conhecimento e diz que seus ouvidos lhe mostraram as verdades que os engenheiros desconhecem.
Nestas horas da vontade de rasgar o diploma e virar mais um esperto como tantos outros.
Prezado Sr. Eduardo
Compreendo e admiro muito a sua posição, mas gostaria de esclarecer essa questão de outra forma. Não quero seus préstimos profissionais na área, e sim a sua preciosa ajuda para este humilde leitor.
Veja o colega, que se eu tiver que adquirir um equipamento apropriado, fazer um treinamento para o seu uso, e aprender as teorias acústicas, provavelmente não vou conseguir terminar esta tarefa nunca.
Então, o que lhe peço é a sua ajuda para avaliar a minha sala, retribuindo a gentileza de forma compensatória financeiramente.
Entenda isso como uma ajuda, por favor. Preciso muito do seu apoio.
Veja o que o Sr, pode fazer sem ferir as suas regras pessoais.
Muito agradecido.
Atenciosamente,
Roberto Sampaio
Olá Aguiar
Não desanime. As coisas já estão mudando.
Se você olhar com um pouco de atenção verá que já está ocorrendo uma pequena mudança na cabeça dos consumidores. Eles estão mais cuidadosos e exigentes.
Abraços
Olá, Roberto,
Por favor, me encaminhe um e-mail.
Vamos ver o que consigo fazer para ajudá-lo.
Abraços
E-mail enviado para o planet@hifiplanet.com.br
Olá amigos leitores do Hi-Fi Planet.
Como vai, meu caro Dr. Eduardo?
Meu nome é Baltazar, magistrado e audiófilo fanático.
Sou apaixonado pela música desde criança, por influência do meu pai que sempre foi outro amante da boa música.
Venho aqui, publicamente, agradecer o Dr. Eduardo Martins pela ajuda que me prestou na solução de um problema que eu tive com o meu CD player.
Relato o fato.
Por uma lamentável distração da minha parte, acabei colocando um CD na gaveta do meu player, onde já havia um disco que eu não tinha reparado, e fazendo com que o segundo ficasse mal posicionado.
O resultado foi o pior possível com o travamento da gaveta que não abriu mais.
Desesperado, entrei em contato com o Dr. Eduardo depois de conhecer o seu fantástico site. Na realidade, eu buscava uma recomendação de algum técnico capaz de solucionar o problema do meu player, e que fosse cuidadoso e competente, afinal, penso que mexer com um player de mais de 20 mil dólares não é coisa para qualquer “consertador de rádio”. Como em qualquer profissão, existem profissionais competentes e outros nem tão capazes assim.
O Dr. Eduardo se mostrou muito simpático e atencioso, como pouco se vê hoje em dia. Como ele não conhecia ninguém de confiança para recomendação, ele mesmo se ofereceu para tentar resolver o problema, sugerindo que eu lhe enviasse o player.
Preferi levá-lo em mãos, e, novamente dentro de sua característica simpatia, ele prontamente aceitou me receber em sua casa.
Peguei um avião pela manhã no sábado e fui para a sua casa.
Tive a honra de conhecer esta figura pessoalmente.
O Dr. Eduardo é uma pessoa extremamente bem educada, muito mais simpático pessoalmente, alegre e muito inteligente.
Conversas que tivemos sobre qualquer assunto me mostraram seu grande conhecimento e clareza de idéias e opiniões.
Fomos para s sua oficina particular, uma sala muito bem equipada com todas as ferramentas que alguém sequer pode imaginar mesmo numa oficina profissional. Ferramentas de nível industrial, até mesmo as 6 furadeiras, sim seis!!! Segundo ele, dependendo do trabalho que vai realizar, isso evita a constante troca de brocas. Na construção de suas belas caixas acústicas ele me relatou que chegou a usar 4 furadeiras simultaneamente, cada qual equipada com um dispositivo diferente.
Todas as ferramentas são dispostas de forma extremamente organizada, tudo muito limpo e bonito. É possível jantar com os amigos nesta oficina.
Ele colocou o meu player na bancada, forrada com uma folha de borracha espessa, muito limpa. Para abrí-lo, ele usou uma chave Philips de um jogo exclusivo para esta finalidade, importado e de alta precisão. Ele possui vários jogos de chaves para diferentes finalidades. Não usa uma mesma chave para colocar um parafuso com bucha na parede e para abrir um equipamento de som.
Para esta última finalidade as ferramentas devem estar perfeitas para, segundo ele, evitar qualquer dano ao equipamento ou mesmo deixar alguma marca nos parafusos.
Depois de abrir a tampa do aparelho, ele retirou dois parafusos do conjunto de transporte do equipamento.
Todos estes parafusos iam para pequenas caixinhas de acrílico para evitar que se misturassem ou se perdessem. Capricho ao extremo.
Ele retirou uma peça e depois tirou dali de dentro os dois discos, intactos… ufa !!! que alívio !!!
maior alívio veio ainda depois que o aparelho foi fechado e testado, apresentando um funcionamento perfeito.
Quero agradecer aqui publicamente ao amigo Dr. Eduardo pela grande ajuda que me prestou, pela forma como fui recebido e pelo dia muito agradável que passei em sua casa.
MUITO OBRIGADO, MEU AMIGO !!!
Tive a honra de conhecer a sua sala de vídeo e som.
Fiquei de boca aberta com o cuidado que ele teve para montar esta sala. Tudo é perfeito, milimetricamente montado, e com um capricho que jamais vi até em profissionais renomados do ramo.
O moço é extremamente exigente. Tudo tem uma história, um cuidado na escolha e na montagem dentro da sua sala.
Os sistemas de áudio hi-end e de vídeo são completamente independentes, até com caixas acústicas exclusivas.
O tapete da sala ele viu numa foto em uma revista, e ficou meses a procura do modelo até encontrar talvez a última unidade ainda disponível em todo o Brasil. Muito determinado.
A tela do projetor fica oculta num arranjo de bandô (confesso que nem sabia o que era isso) dando ares de cinema em sua sala.
Os dois projetores (sim, dois, pois ele mantém um de reserva… o show não pode parar…) são montados num suporte montado sob encomenda, pois ele me disse que não encontrou nada no mercado que unisse qualidade com estética.
Não existe qualquer equipamento eletrônico de som na sala. Tudo fica montado numa saleta à parte com temperatura e umidade controladas, e até cuidados para evitar pó.
Os equipamentos são controlados através de um repetidor de controle remoto. Tudo é controlado mesmo com a porta fechada.
O rack é uma obra de ficção. Nunca vi nada igual. Fabricado tubos quadrados de fibra com detalhes difíceis de acreditar, para evitar vibrações, permitir ventilação e rigidez ao conjunto.
Todas as prateleiras foram ajustadas para cada equipamento, feitas em placas de MDF muito grossas e ainda com travamento em alumínio. Novamente a rigidez aqui é impressionante.
Os cabos de ligação são impecavelmente organizados , e redimensionados por ele mesmo para ter o comprimento apenas necessário para interligar os equipamentos. Um cabo de 1,2 metros, por exemplo, foi reduzido a apenas 30 centímetros para evitar sobras que, segundo o Dr. Eduardo, são muito prejudiciais à qualidade do sistema.
Não se vê cabos espalhados pela sala. Todo o cabeamento é embutido. A impressão é que os aparelhos não estão ligados a nada.
Os cabos de caixas trafegam por dutos de cobre aterrados montados no piso e paredes. Toda a sala é interligada por estes tubos, permitindo enorme flexibilidade de mudanças.
O cobre e o aterramento evitam captações eletromagnéticas que possam ser captadas pelos cabos quando ficam expostos, segundo ele.
Não tem como explicar tudo o que vi, mas é um cuidado fantástico, uma obsessão pela perfeição, muito conhecimento aplicado a cada detalhe.
Conheci as suas famosas caixas DIY.
Confesso que nunca vi uma caixa construída daquele jeito. Parecem rochas. Um acabamento absolutamente perfeito. O divisor de frequências fica numa caixa blindada e também aterrada, pois segundo o Dr. Eduardo, o divisor é culpado por captar induções indesejadas. (é isso mesmo meu amigo?)
Todos os componentes são unidades não comerciais, de série especial produzidos sob encomenda.
Cada alto-falante possui até gráficos emitidos em laboratório para atestar sua eficiência e garantir o casamento perfeito entre as demais unidades e a outra caixa.
A caixa é inerte. Não vibra absolutamente nada em qualquer volume.
Eu já vi muitas caixas excepcionais em minha vida, até mesmo em salas de referência especializadas, mas nada chega aos pés do que vi na sala do amigo.
Minhas caixas de quase 100 mil passam vergonha diante da obra deste artesão.
O som delas é algo difícil de acreditar. Nunca vi caixas com tanta qualidade sonora, com uma extensão de graves tão ampla e ao mesmo tempo muito precisos. Agudos límpidos e naturais, vozes absolutamente realistas, com uma dinâmica infinita e velocidade assustadora.
A precisão do palco sonoro é absoluta, tanto em largura como em profundidade.
Conheço toda a linha Dynaudio, Wilson Audio, Evolution Acouticas, B&W e tantas outras de grande respeito, mas nada parece chegar perto do que ouvi. Só mesmo conhecendo para crer.
É realmente impressionante ouvir o som daquela sala.
Acho que investi umas 6 vezes mais em meu sistema, e já conheci outros que custam ainda bem mais do que isso, mas nada se compara ao que ouvi na sala do Dr. Eduardo.
O silêncio de fundo é total. Nada, absolutamente nada de ruído de fundo. Você pode colar os seus ouvidos nas caixas, e a impressão é que o sistema está desligado. Ouvir um disco bem gravado neste silêncio é uma experiência inesquecível. Chega a ser assustador tamanho realismo.
Fora da sala você é capaz de jurar que existe mesmo uma apresentação ao vivo tocando ali dentro daquela sala.
Repito, nunca vi, ou melhor, ouvi nada igual.
Pelo menos aqui em nossa terrinha querida, nada se iguala a experiência que tive nesta sala, nem sistemas considerados de referência. Conheci alguns sistemas na Europa de tirar o fôlego, mas tenho dúvidas se conseguem igualar ao que ouvi na sala do Dr. Eduardo.
O amigo está de parabéns.
Além de ter podido contar com o precioso auxílio do Dr. Eduardo para solucionar o problema do meu player, e gratuitamente, pois ele não aceitou qualquer retribuição por isso, ainda tive a sorte e a satisfação de conhecer aquela que considero a melhor sala de áudio e vídeo que já tive oportunidade de conhecer até hoje.
Foi um dia inesquecível. Conheci uma pessoa sensacional, com uma personalidade incrível e com um conhecimento muito grande do que faz, apesar disso tudo ser para ele apenas um hobby.
Os “profissionais” que se acham especialistas no assunto deveriam aprender um pouco com ele.
Enquanto muitos ainda perdem tempo discutindo cabos, o Dr. Eduardo já está muito a frente disso.
Acho que, como advogado e empresário, o amigo perde um tempo muito grande em não investir mais no áudio e vídeo, pois é triste ver tanto talento desperdiçado.
Quando eu estava no aeroporto devolvendo o carro que aluguei, a atendente me perguntou como tinha sido a minha estadia em São Paulo. Eu lhe respondi apenas: Inesquecível!
Mais uma vez, agradeço muito ao amigo pela grande ajuda que me prestou, e pela oportunidade de conhecer um sistema de som de tão alto nível. Acho que vou ter que refazer o meu sistema agora.
Pode estar certo de que aceitarei o seu convite para voltar em nova oportunidade.
Parabéns por ser o que você é. Longa vida com muita saúde e felicidade para você.
Abraço a todos.
Prezado Dr. Baltazar,
Foi um imenso prazer conhecê-lo, e uma grande satisfação ajudá-lo.
Agradeço todas as suas considerações, um pouco exageradas em minha opinião, pois o Sr. sim merece muitos elogios pelos trabalhos sociais que realiza, e que desde já lhe abro espaço no Hi-Fi Planet para auxiliá-lo na divulgação destes importantes trabalhos.
Num país tomado pela violência, pelas drogas, pelo oportunismo medíocre, pela política nojenta e pela desvalorização do respeito entre os cidadãos, é muito bom conhecer pessoas que tentam mudar um pouco esta realidade investindo nos jovens cheios de esperança.
Parabéns!
Agradeço, também, as suas considerações em relação à minha humilde sala. Foi construída com muito carinho, e tudo que fazemos com amor e dedicação tende a nos compensar com os seus resultados.
Seja sempre bem-vindo em minha casa.
Forte abraço
Eduardo
Grande Edu,
Estou programando montar painéis acústicos decorativos em lã de vidro em minha sala. A ideia é posicionar nas paredes laterais e do fundo. Quanto ao TETO, estou pensando que será mais conveniente e prático utilizar placas semelhantes às que vi em alguns lugares da internet e inclusive em sua sala, se não me engano.
Pode me dar algumas dicas?
Ou seria melhor os próprios painéis em lã de vidro das paredes? O problema é quanto à rigidez, pode fazer um pouco de “barriga”.
Mais uma vez muitíssimo grato,
Gilberto
Bom dia, Eduardo.
Li com atenção todo o relato do dr. Baltazar.
Como é bom ler, em vez de discussões sem fim a respeito de temas que muitas vezes levam a lugar nenhum, um testemunho de uma pessoa de alto nível fazendo considerações a teu respeito.
Não te conheço pessoalmente, mas, por tudo o que li neste site e no clubehiend, sei que o dr. Baltazar não exagerou nem um pouco. Tudo o que ele escreveu reflete o teu modo afável e conciliador em lidar com as pessoas, sempre procurando harmonizar e dirimir as polêmicas.
Fico sempre à espera de novos artigos. E, pode ter a certeza, leio todos. E releio alguns de vez em quando.
Grande abraço.
Olá, Gilberto,
Você pode usar os painéis decorativos no teto também. Providencie um reforço para evitar que façam barriga. Você pode até colocar um reforço centrar em alumínio anodizado para dar um reforço adicional, ou colar o painel por trás em cantoneiras de alumínio.
Se optar pelas placas de espuma, como uso em minha sala, o resultado também é bastante positivo.
Eu uso o modelo Classic da Vibrasom, mas existem outros fabricantes que também produzem esses painéis de espuma com qualidade. Busque por fabricantes sérios e especializados neste tipo produto. Cuidado com os curiosos.
Abraços
Eduardo
Olá, Luiz,
Muito obrigado pelas considerações.
Eu que agradeço a presença constante de leitores que, como você, sempre estão prestigiando este humilde espaço.
Fico feliz em poder ser útil à esta comunidade. Eu também sofri muito para começar a entender como as coisas funcionam neste nosso hobby, e acho justo agora compartilhar com outros colegas.
Infelizmente, o formato de fórum não é o mais adequado hoje justamente pelos conflitos que gera. Ferramentas como Whatsapp e Facebook têm apresentado resultados mais satisfatórios.
Para os meus objetivos, este formato de blog tem funcionado bem, e sempre que eu tiver alguma novidade vou compartilhar com vocês.
Muito obrigado, meu amigo.
Forte abraço
Eduardo
Prezado Eduardo,
Obrigado pela resposta detalhada, só agora pude lê-la.
Diversos motivos impedem-me de tratar as paredes laterais, portanto só restaria o teto. Experimentarei as espumas da Sonex modelo Classic que você mencionou.
Sei que você não é especializado em acústica, mas gostaria de recolocar a minha pergunta, de maneira a ressaltar aquilo que acredito ser o núcleo de um importante problema. A pergunta pela densidade da espuma ocorreu porque tenho lido que a absorção de determinadas frequências está diretamente relacionada à densidade do material empregado. Assim, baixas frequências não seriam devidamente absorvidas por painéis de baixa densidade.
Isso, confesso, me deixa ainda mais confuso:
– que frequências absorver mais eficazmente? Apenas os graves?
– usando materiais de densidades semelhantes corre-se o risco de absorver determinadas frequências em detrimento de outras?
-isso poderia provocar algum tipo de desequilíbrio acústico no ambiente?
– ou, pelo contrário, devemos misturar materiais de densidades diferentes para que esse suposto problema não ocorra? Como e aonde exatamente?
Essas são algumas das muitas dúvidas que gostaria de compartilhar.
Será que não estou complicando demais as coisas?
Um outro ponto: o aparelho de medição que você mencionou é bem interessante, mas infelizmente é inútil para mim, pois só funciona com o sistema Windows. Indicaria algum outro medidor acústico com preço semelhante?
Por fim, o Dspeaker possui uma forma de medição acústica com um espectro de frequências mais amplo que aquele oferecido pela calibragem. O Antimode poderia ser útil nesse aspecto?
Obrigado uma vez mais.
Abraço
Olá Eduardo,
Elogios consecutivos -de um fa de carteirinha- talvez nao tenham muito valor mas, mais uma vez, parabéns pelo artigo!
Fiz a sala aqui em casa só com absorvedores. Fui fazendo por etapas e notando a diferenca do som a cada uma delas.
Li aqui que um colega menciona que talvez os difusores sejam interessantes para sala de cinema, por conta do som preencher melhor a sala. Minha recomendacao seria a pessoa adquirir um receiver com mais canais e distribuir mais caixas pelo ambiente mas, ainda sim, montar a sala so´ com absorvedores.
No final das contas ainda mantenho alguns difusores, os quais nao foram adquiridos para esse funcao; um pequeno refrigerador, uma pequena estante com CDs, DVDs e Blu-rays e as poltronas. Acredito que na posicao que se encontram na sala, acabam refletindo o som mais aos paineis absorvedores do que diretamente aos nossos ouvidos.
Estou muito satisfeito com o resultado e, hoje, ouco o som que vem das caixas e nao mais aquela mistura que me dava uma falsa impressao de sala preenchida.
Quantas vezes, fixei a atencao em uma das caixas mas nao conseguia reconhecer o som como vindo dela.
Havia muita reflexao no teto. Hoje, o teto está totalmente revestido com absrovedores. Quanto ao piso, coloquei uma tapete grande, que também absorve som. Cobri a porta também, afinal, quando se está ouvindo musica, o menos importante é saber onde está a saída do ambiente. :o)
Cheguei a tentar debater o assunto com alguns colegas e amigos mas logo fui desencorajado pela dificuldade que as pessoas tem em considerar uma ideia diferente daquela que elas sembre acreditavam ser a absoluta verdade. E, claro, nao tenho o embasamento e argumentcao que voce demonstra aqui no artigo. Taí, meus amigos sao pedras duras e eu, por falta de argumentacao embasada, sou um martelo de borracha. 🙂
Continue firme com os artigos. Estamos aprendendo e curtindo.
Grande Abraco
André Dias
Olá André,
Muito obrigado por compartilhar a sua experiência conosco.
Esse é o nosso objetivo, apresentar uma nova forma de enxergar as coisas, e não ficar preso aos velhos e tradicionais conceitos nascidos com base nos objetivos comerciais.
Hoje alguém cola um monte de bloquinhos de madeira num painel e diz que isso fará milagres na sua sala. Aí vem um avaliador de uma publicação qualquer e diz que o negócio é magnífico, e fatura em cima dos anúncios em suas páginas e em comissões por vender o produto.
Vender acessórios inúteis tem garantido o faturamento de muita gente, não só os que fabricam esses “coisas”, mas aqueles que vendem, divulgam e recebem favores em troca de alguma exposição.
Esta questão dos difusores tem que ser melhor avaliada. São úteis, mas sob certas circunstâncias, que não são aquelas que muitos alardeiam em relação aos seus “aclamados” produtos. (algumas semanas depois do lançamento do produto no mercado ele já se torna “aclamado”… impressionante !!!)
Parabéns por testar e chegar às suas próprias conclusões. É assim que se faz. Cabeça aberta.
Abração
Eduardo
Ahhh… me esqueci de mencionar um detalhe q talvez seja importante.
Ao revestir uma sala, podemos estar criando um local perigoso.
Os materiais utilizados nessas placas, paineis, etc, podem ser de fácil combustao.
Um colega do corpo de bombeiros me recomendou utilizar spray de protecao contra fogo, nao sei como seria o nome correto no Brasil. Compro aqui como “Fireproofing Spray”. Trata-se de um composto químico para retardamento da combustao.
Esse Spray é utilizado para aplicacao em decoracoes de festas, isolacao acustica de disco clubs, restaurantes, etc.
Quem tem isolacao acustica com espuma de PU (poliuretano), aquelas tipicas em formato de piramide, tem um risco ainda maior; muito antes de sofrer queimadura, a pessoa pode ser asfixiada pelo gas cianídrico, resultante da combustao da espuma PU.
Ao montar a sala, muitas vezes essas placas ou espumas, sao fixadas próximas á tomadas ou a fios elétricos. Muitas vezes a instalacao elétrica da sala é caseira, com fios mal dimensionados, que podem vir a aquecer e pegar fogo.
Aqui em casa, apliquei o spray na sala toda. Fiz um teste com placas com e sem aplicacao do Spray. A diferenca na rapidez de combustao é impressionante. Coloquei também detetores de fumaca nos quatro cantos da sala. Um por ambiente, já é obrigatório aqui na Alemanha.
Do lado de fora da sala, como é porao, instalei um extintor de uso doméstico.
Claro, alguns podem achar exagero, mas minha filha assiste a filmes lá, com outras criancas. Acho que vale a pela a precaucao, principalmnete entendendo o risco adicional que o tratamento acustico pode trazer ao ambiente.
É isso, com o Spray pra retartar a combustao, e o detetor de fumaca com aquele alarme alto e agudo, podemos aumentar consideravelmente a chance de conseguir correr a tempo lá do quintal, do churrasco com os amigos, até a sala onde as criancas assitem a um filme.
Quem quiser pesquisar mais sobre o assunto, há bastante informacao disponível no Youtube, principalmente em ingles.
André
Estas dicas são tão importantes que tomei a liberdade de incluí-las no artigo.
Eu já tinha pesquisado algo a respeito, e realmente esse assunto é muito sério e merece ser conhecido por todos. Afinal, o nosso hobby deve ser motivo de alegrias, e não de tristezas.
Onde você adquiriu este spray? Qual modelo de detetor de fumaça você está usando?
Obrigado
Eduardo
Eduardo,
fico sempre feliz quando consigo coloborar com alguma informacao nesse nosso hobby. Pena faltar tempo pra parcipar mais.
Mas voce sabe bem o quanto empenho e tempo temos que dedicar em pesquisa e testes, pra tentar garantir o cuidado com a qualidade das informacoes que passamos ou até das opinioes que emitimos.
O Spray que estou utilizando esta aqzi nesse link:
https://www.amazon.de/gp/product/B003D4WXVE/ref=oh_aui_detailpage_o08_s00?ie=UTF8&psc=1
Custa menos de 10 Euros por tubo.
Já o detetor de dioxido de carbono, conhecido como detetor de fumaca, estou utilizando duas marcas diferentes. A indicacao de modelos e fabricantes foi de uma lista publicada pela Allianz Seguradora.
Quando o governo Alemao decidiu pela obrigatoriedade da instalacao em residencias, os orgaos certificadores (exemplo TÜV) e as seguradores publicaram algumas listas de detetores aprovados.
Investi 105 Euros em uma caixa com 6 unidades conf. link abaixo:
https://www.amazon.de/gp/product/B01N2I8NDI/ref=oh_aui_detailpage_o01_s00?ie=UTF8&psc=1
Esse acima é bastante sensível, a ponto de ter disparado nesse sábado passado enquanto eu instalava uma placa de espuma “anti bass”. O detetor percebeu os gases emitidos pela cola que apliquei para a placa aderir a parede. Muito bom.
Espero que os links funcionem.
O colega bombeiro, que mencionei no texto anterior, fez uma série de recomendacoes.
Aqui vai uma listinha (incluindo os items já mencionados):
– aplicar o Spray de retardamento de combustao nas cortinas, placas de absorcao de som, etc
– instalar detetores de fumaca no ambiente
– ter um pequeno extintor de gas carbonico para caso de curto circuito (fogo na instalacao eletrica)
– um outro extintor de pó quimico, para abafamento, no caso de fogo nos paineis
– uma pequena caixa dw dijuntores exclusivamnete dedicada a sala, equipada com dijuntores termomagneticos de alta qualidade (exemplo Siemens) e baixa amperagem. No caso de curto circuito ou aquecimento dos fios, os disjuntores desarmam de imediato.
– fazer instalacao eletrica da sala com cabos de alta qualidade com boa isolacao e bitola sobredimensionada (para evitar aquecimento, mesmo que em condicoes extremas)
– evitar emendas de cabos com fita isolante. Fazer as emendas com conectores como esse aqui desse link;
https://www.amazon.de/gp/product/B06X419RFG/ref=oh_aui_detailpage_o00_s00?ie=UTF8&psc=1
– pros exagerados/excessivos quanto a seguranca, uma máscara tambem pode entrar na lista, até porque, com duas inaladas profundas do gas da queima da espuma PU, os “poros” do pulmao ficam obstruidos e a pessoa perde a oxigenacao no sangue. Aí, a consequencia é rápida e obvia.
A vantagem, da utilizacao do spray de retardamento é que ele te dá uma chance real de apagar o fogo. Já, sem ele, nao dá tempo de fazer nada, o melhor é sair do local o mais breve possível.
Os extintores podem ser pequenos mesmo, de 400ml por exemplo. Devem ficar perto da porta, se possível do lado de fora da sala. O amigo explica que se voce estiver na sala no início do foco de incendio, provavelmente nao terá problemas em chegar até a porta. Se estiver fora da casa ou em um comodo um pouco distante, é melhor que o extintor esteja a mao, do lado de fora da sala, pra que a pessoa possa estar com ele já sem o lacre qd entrar no ambiente com o foco de incendio.
Outro ponto é o barulho intenso e irritante do detetor de fumaca.
Novamente, segundo o colega aqui, em muitos casos, criancas ao verem fumaca e fogo, se amedrontam, congelam e ficam no loca; ao inves sair correndo.
Com o detector de fumaca, o barulho é tao irritante que, a primeira coisa que a crianca quer fazer, é sumir dali.
Enfim, muitas coisas que soam óbvias assim escritas mas, esquecidas e nao levadas em conta na maioria dos casos.
A coisa toda soa muito trabalhosa e cara? Na verdade nao é.
O investimento em spray, cabos eletricos, dijuntores, extintores, é uma pequeníssima fracao do que se gasta pra montagem de uma sala de audio e/ou video.
É o que consegui me lembrar, aqui sentado na poltrona, ouvindo The Cult. :o)
Olá André,
Você pesquisou mesmo sobre este assunto… parabéns!
Você poderia colocar tudo isso num artigo para publicarmos aqui. Tenho certeza que esse é um assunto de grande interesse de todos e, até onde conheço, inédito nas publicações que já li.
Abraços
Eduardo